28 de julho de 2025
Senadores nos EUA escondem agenda para evitar interferência de Eduardo Bolsonaro
Autor: Daniel Menezes
Congresso em Foco - A comitiva de senadores brasileiros encarregados de articular com o Congresso americano pela revogação das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros iniciou os trabalhos em Washington D.C nesta segunda-feira (28). O grupo, formado por parlamentares do governo e oposição, guarda sigilo sobre parte de sua agenda de trabalhos para evitar a interferência do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tenta preservar o tarifaço.
Sem citar nomes, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado e coordenador da comitiva, Nelsinho Trad (PSD-MS), anunciou a jornalistas que já possui encontros marcados com parlamentares americanos. Os nomes, porém, ele "está guardando, até em função de uma estratégia, essa informação para que não haja nenhuma interferência no sentido de inibir ou cancelar qualquer agenda previamente marcada".

Comitiva de parlamentares brasileiros nos EUA busca negociar o fim das tarifas de 50%. Divulgação/Nelsinho Trad
Eduardo Bolsonaro está desde março nos Estados Unidos, em contato com secretários do governo Trump e aliados do presidente americano no Congresso para alcançar sanções contra autoridades brasileiras direta ou indiretamente envolvidas na ação penal contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele clama para si o mérito da imposição das tarifas sobre produtos brasileiros.
Antes mesmo da viagem, Eduardo já havia criticado a criação da comitiva, em especial os membros que compuseram o governo de seu pai. Em nota, afirmou que a comissão é "vazia de legitimidade" e que "não haverá recuo, porque para que ocorra uma mesa de negociação, o Brasil tem que dar um primeiro passo naqueles pontos da carta do Trump", citando a demanda de Trump para que sejam "imediatamente" interrompidos os processos contra Bolsonaro.
Ele também tem reiteradamente criticado aliados de seu grupo político que se manifestem de forma contrária às tarifas, acusando-os de conivência com a alegada perseguição judicial contra seu pai. Isso inclui até mesmo governadores, como Tarcísio de Freitas, de São Paulo, que tentou negociar com representantes diplomáticos dos EUA para que fossem aliviadas as taxas.
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