4 de julho de 2025

Entenda proposta de cessar-fogo entre Israel e Hamas

Autor: Daniel Menezes

Do r7 - Militantes terroristas do Hamas afirmaram nesta sexta-feira (4) que responderam com sinal positivo à nova proposta de cessar-fogo com Israel, mediada por Estados Unidos, Egito e Catar. O plano prevê uma trégua de 60 dias nos combates em Gaza, com trocas de reféns por prisioneiros palestinos e o início de negociações para o encerramento definitivo da guerra, iniciada em 7 de outubro de 2023.

Segundo o Hamas, a resposta enviada aos mediadores inclui disposição para iniciar imediatamente uma nova rodada de negociações. “O movimento apresentou sua resposta aos mediadores fraternos, que se caracterizou por um espírito positivo. O Hamas está totalmente preparado para iniciar imediatamente uma nova rodada de negociações sobre o mecanismo para implementar esta estrutura”, disse o grupo em comunicado.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que Israel concordou com os termos para a trégua no início da semana e cobrou uma decisão semelhante do Hamas. “Esperamos que isso aconteça. E estamos ansiosos para que aconteça na semana que vem. Queremos libertar os reféns”, afirmou Trump. Em sua rede Truth Social, ele publicou a mensagem “Fechem o acordo em Gaza. Resgatem os reféns”.

A proposta em discussão prevê a libertação de 10 reféns vivos, além da devolução dos corpos de outros 18 que morreram em cativeiro. Em troca, Israel libertaria prisioneiros palestinos em etapas. O cessar-fogo também exigiria que terroristas do Hamas evitassem cerimônias públicas de recepção dos prisioneiros, como ocorreu em tréguas anteriores, o que gerou reações negativas em Israel.

O governo israelense ainda não se manifestou oficialmente sobre a resposta do Hamas. A imprensa local informou que o conteúdo está sendo analisado. Uma autoridade israelense indicou ao NYT que há “sinais positivos” nas tratativas. Já uma autoridade egípcia envolvida na mediação afirmou que, embora a resposta do Hamas contenha pontos positivos, ainda há demandas a serem trabalhadas. As informações são da agência de notícias Reuters.

O principal impasse, no entanto, continua sendo o desfecho da trégua e a decisão sobre o controle do enclave no pós-guerra. O Hamas exige um fim definitivo da guerra antes da libertação de todos os reféns. Israel, por sua vez, afirma que o conflito só pode terminar com o desmantelamento das capacidades militares e administrativas terroristas do Hamas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que se encontra com Trump em Washington na próxima segunda-feira (7), ainda não comentou a proposta publicamente.

A guerra começou após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos em Israel e levou ao sequestro de 250 pessoas. Israel respondeu com uma ofensiva militar em Gaza que, segundo autoridades palestinas, já matou mais de 57 mil pessoas, a maioria civis. O conflito provocou o deslocamento de quase toda a população do enclave e gerou escassez de alimentos e colapso humanitário, com indícios de crimes de guerra cometidos por parte de Israel.

Apesar dos avanços, um novo elemento pode influenciar os rumos das negociações, segundo informações da Reuters. Israel afirma que o Hamas tem um novo comandante em Gaza, Izz al-Din al-Haddad, que substituiu o líder anterior, Muhammad Sinwar, morto em uma operação israelense.

Al-Haddad estaria entre os mais resistentes a um acordo e declarou publicamente suas exigências. “A liderança da ocupação, apoiada pela América e pelo Ocidente, terá que se submeter às nossas justas demandas”, disse ele em entrevista à emissora Al Jazeera.

Ainda não há previsão de quando as partes se reunirão para discutir a implementação da trégua. Enquanto isso, os confrontos continuam. Ataques israelenses nas últimas 24 horas mataram ao menos 138 civis em Gaza, segundo autoridades de saúde locais.

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