3 de julho de 2025
Eleito contra os privilégios, Styvenson colocou dentes novos de porcelana com dinheiro público?
Autor: Daniel Menezes
O senador Styvenson Valentim está com dentes novos, todos de porcelana. As lentes são visíveis a partir do momento em que ele fala, me confidenciou um profissional da área. De fato, é possível notar uma significativa mudança, prestando atenção e a partir da comparação de fotos antigas e novas. Eleição está aí e os candidatos tentam renovar a imagem.
Cabe perguntar - a ação estética foi realizada com dinheiro público? Após crise em que os brasileiros ficaram sabendo que esse tipo de procedimento era realizado pelos senadores com dinheiro público, o senado resolveu cercear esse tipo de informação. Na época, em 2014, inclusive, um dos criticados nacionalmente foi o então senador José Agripino. Os reembolsos médicos e odontológicos são ilimitados para senadores e dependentes. Os custos anuais com deputados e senadores a respeito chegam a 100 milhões de reais.
Segue o site em que demonstra que o procedimento é permitido para o senado federal - www12.senado.leg.br/institucional/sis/home-area-do-credenciado com a planilha.
Styvenson se elegeu com o discurso de lutar contra os privilégios e contra a classe política corrupta e detentora de benefícios que os brasileiros não são capazes de pagar.
Além disso, o senador se diz fiscalizador do dinheiro público. Neste sentido, o blog sugere que ele apresente projeto, solicitando o fim do bloqueio à transparência e abertura total dos seus dados e dos demais senadores. Até para que todos saibam e a pergunta do título da postagem seja devidamente respondida.
Afinal, ele tem direito de colocar lentes de porcelana nos dentes com verba do senado, se assim desejar conforme regra em vigência e não há nenhum crime nisso, mas estamos falando de dinheiro público e a alegação dos senadores, de que se trata de informação sigilosa e estratégica, não faz nenhum sentido, a não ser o de cercear o acesso à informação.
Veja a matéria do UOL a seguir.
Deputados federais e senadores brasileiros receberam mais de R$ 100 milhões em reembolsos médicos nos últimos seis anos, mesmo com acesso a planos de saúde de alto padrão e ampla rede hospitalar privada. A informação foi revelada em levantamento do portal UOL, que também aponta a falta de transparência na divulgação desses gastos com recursos públicos.
Entre fevereiro de 2019 e abril de 2025, apenas a Câmara dos Deputados desembolsou R$ 39,7 milhões em reembolsos, beneficiando 584 parlamentares. Já o Senado contabilizou R$ 60,8 milhões no mesmo período. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) e cruzamento com informações do Portal da Transparência.
Reembolsos milionários e sem teto - Na Câmara, não há limite para a quantidade de pedidos de reembolso — cada nota, no entanto, não pode ultrapassar R$ 135,4 mil. Esse teto individual foi elevado em março de 2021, por decisão do então presidente Arthur Lira (PP-AL), sob o argumento de “inflação médica”. O reajuste foi de 170%, enquanto o IPCA acumulado no período foi de apenas 32%.
O ressarcimento é concedido mesmo aos parlamentares com acesso aos melhores hospitais do país, como o Sírio-Libanês, Albert Einstein, DF Star e Rede D'Or. O plano de saúde da Câmara exige coparticipação entre 25% e 30%, e desconto mensal em folha que pode chegar a R$ 800.
Senado: plano vitalício e valores ainda maiores - O plano de saúde do Senado se destaca por garantir cobertura vitalícia não apenas aos 81 senadores em exercício, mas também a 190 ex-parlamentares e 126 cônjuges, incluindo viúvas que podem solicitar a reinclusão. Os gastos com reembolsos, entre 2019 e 2024, somaram R$ 60,8 milhões, conforme o Portal da Transparência.
Diferente da Câmara, os senadores não têm qualquer coparticipação financeira, e suas mensalidades são totalmente cobertas pelo orçamento público. O número de solicitações também é ilimitado, embora os valores reembolsáveis por procedimento obedeçam a uma tabela da Casa.
Falta de transparência e controle - Tanto a Câmara quanto o Senado impõem barreiras à divulgação completa dos gastos. A Câmara alega que não pode informar detalhes sobre os procedimentos realizados e os locais de tratamento por “sigilo médico” e proteção de dados pessoais. O Senado vai além: sequer divulga os nomes dos parlamentares beneficiados.
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