14 de junho de 2025

A extrema direita de Natal, que passa o dia falando das viagens de Lula, silencia sobre a patacoada da Prefeitura de Natal em Israel

Autor: Daniel Menezes

Basta você ligar uma rádio de Natal, caro(a) leitor(a), espaço privilegiado da extrema direita, para ouvir questionamentos absurdos contra as viagens diplomáticas e em busca de novos mercados empreendidas pelo presidente Lula. As falas são obscurantistas porque escondem fatos que ajudaram na compreensão do acontecimento e por vezes até infantis, a partir de ataques às roupas utilizadas, à comida e ao cerimonial típico de proteção de uma comitiva presidencial alvo de possíveis ações de espionagem pelos interesses que carregam.

O que a extrema direita quer? Transformar um ativo da atual gestão em sinônimo de problema. O ex-presidente Jair Bolsonaro isolou o país e, nas poucas vezes em que foi convidado para algo, ficava nos salões sozinho. Numa imagem histórica, Bolsonaro se deixou fotografar comendo pizza em uma calçada, como se isso fosse sinônimo de humildade e não de sua condição política.

A suposta simplicidade se revelou quando seu cartão corporativo foi aberto - sem gastos com viagens, que são pagos por essa via, ele tinha despendido mais recursos do que as gestões anteriores com atividades pessoais menores, inclusive com suas motociatas eleitorais.

Agora, no entanto, calhou do alvo ser a Prefeitura do Natal, que tem o endosso da extrema direita local. O poder público local mandou representação para um evento puxado por Israel supostamente para conhecer soluções de cidades inteligentes. Na verdade, a ação é base para atração de novas lideranças daqui para a disputa de propaganda que Israel trava para obter apoio internacional em suas incursões de guerra genocida. A Prefeitura, não apenas enviou delegação junto com outros membros de outras regiões do pais, como fez questão de fazer o ato em uma situação potencial de guerra. Na verdade, para fazer média com evangélicos radicais que acham que a Israel de hoje é a mesma da bíblia do antigo testamento.

Está aí o resultado - a delegação está lá escondida num bunker sob a chuva de mísseis balísticos iranianos. Foram tantos nos últimos dias que as defesas antiaéreas não foram capazes de conter o ataque. Vários atingiram o solo daquele país. 

Será que segunda aqueles que se preocupam tanto com viagens irão falar algo a respeito?

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