12 de maio de 2025

Em marcha à ré, Camila Araújo diz que é "preciso romper com o silêncio" sobre abuso sexual contra menores

Autor: Daniel Menezes

Em vídeo veiculado na semana passada, em que ela faz um discurso crítico ao aborto legal no plenário da câmara municipal do Natal, a vereadora Camila Araújo relativizou a pedofilia. Ela chamou de "namoro" um relacionamento com uma criança de nove anos e citou o exemplo como resolução de uma gravidez indesejada com uma criança em que a família autorizava o "namoro" e se recusou a fazer o aborto legal. Não exise meio termo - não tem como nomear um relacionamento com uma menina de 9 anos como "namoro".

Agora, entretanto, a vereadora voltou atrás. Sem citar sua própria fala, ela diz que é "preciso romper o silêncio" e atuar contra o abuso infantil. O discurso dela na câmara com a relativização da pedofilia foi publicado por blogs não bolsonaristas. A marcha à ré dela saiu, sem o contexto do discurso na câmara, em canais bolsonaristas.

Segue o rebranding dela publicado pela Tribuna do Norte.

No próximo dia 18 de maio, o Brasil se mobiliza em torno de uma das causas mais urgentes e sensíveis da sociedade: o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. A data marca o Dia Nacional de Enfrentamento, instituído em memória da menina Araceli Crespo, de apenas 8 anos, que foi cruelmente assassinada em 1973, após ser sequestrada e violentada.

Em entrevista ao programa “Ligado nas Cidades”, da Jovem Pan News Natal, nesta segunda-feira (12), a vereadora Camila Araújo reforçou a importância da campanha como um chamado à consciência coletiva e ao dever de proteção da infância.

“A cada hora, pelo menos 3 crianças ou adolescentes são vítimas de violência sexual no Brasil. E em mais de 70% dos casos, o agressor está dentro da própria casa ou é alguém de confiança da família. Isso é assustador. Precisamos urgentemente romper o silêncio”, afirma.

Camila conta que muitas vítimas não conseguem verbalizar o abuso, e alerta os pais e responsáveis para que fiquem atentos a mudanças de comportamento, como medo repentino, tristeza excessiva, isolamento, regressão no desenvolvimento e até resistência em estar perto de determinadas pessoas.

“A criança dá sinais. Nosso papel é perceber e agir. Não dá mais para fechar os olhos. Nem adianta apenas vídeo de internet em discussões entre militâncias. É preciso agir! Denunciar é um ato de amor”, diz.

A vereadora também defende a educação preventiva nas escolas, o fortalecimento da rede de proteção e a punição severa aos criminosos.

“É inadmissível que ainda tenhamos leis brandas para crimes tão bárbaros. Precisamos endurecer as penas e proteger nossas crianças com firmeza”, defende Camila.

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