Sobre o vácuo nas rádios de Natal

Autor: Daniel Menezes

A saída de Tiago Rebolo da 98fm gerou um vácuo nos programas de rádio de Natal. Independentemente das escolhas empresariais, o fato é que Rebolo era o diferencial da rádio 98fm pela sua postura central em esclarecer e apresentar os acontecimentos em sua integralidade, desmentindo as notícias falsas com critério e sem partidarismo.

O blog circulou bastante e ouviu diferentes opiniões. Ora, há duas conclusões não tão difíceis de caracterizar:

1. A rádio 98fm terá de suar a camisa para mostrar que não bolsonarizou de vez e, com todo mundo seguindo o mesmo modelo com parcas variações, a 96fm fica mais forte;

2. Há um grande público sedento por algo que não seja a formação de uma rinha para o bolsonarismo brilhar em que os fatos ficam completamente secundarizados. Há uma cidade esquecida composta por acadêmicos, artistas, líderes de movimentos da sociedade civil organizada, políticos que não sejam apenas aqueles liderados por Rogério Marinho, empresários de setores distantes do Sinduscon, Fecomércio, Seturn, etc, etc, etc que simplesmente são ignorados.

O formato jovempan, em que há um monte de bolsonaristas que prezam pelo histrionismo e, quando muito, alguém que fica ali como contraponto um tanto quanto acanhado para não ser mandado embora, está enfraquecido em Natal. Rebolo era a oposição mais visível a tal perspectiva.

A bola está quicando na cara do gol. Falta só alguém sair do viés cognitivo hegemônico e botar ela pra dentro.

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